“A sabedoria exige equilíbrio. O homem moderno, todavia, leva uma vida desequilibrada. Está engajado em incessante atividade, quer de trabalho, quer de prazeres, sem a compensação do repouso silencioso e do recolhimento interior. Sua atividade está correta no seu devido lugar, mas deve ser deixada lá, e não deve invadir esses momentos preciosos em que ele deveria aconselhar-se com seu ser mais elevado. Portanto, a prática periódica de quietude mental é uma necessidade, e não um luxo ou passatempo. Há uma real necessidade de equilibrar nossa extrema tendência para a ação com alguma quietude, de compensar nosso excessivo fazer com um mais profundo ser. Quando entramos em retiro ocasional e por tempo limitado, assim o fazemos para aquietar a mente, liberar o coração, ampliar perspectivas e refletir sobre a vida – não para fugir dela. Precisamos fazer estes retiros ocasionais para nos purificarmos interiormente, descobrir outras forças e reunir nova inspiração, estudar a nós mesmos, meditar e compreender a verdade. Há imensa diferença entre a solidão ociosa e a solidão internamente ativa, criativa, aqui sugerida. Aceitemos o convite, sempre aberto, da Quietude, da pausa. Experimentemos sua singular doçura e atendamos à sua instrução silenciosa.”

(Idéias em Perspectiva, de Paul Brunton)