Cultivando e Sustentando o Hábito de Meditar

Quem nunca teve dificuldade de mudar algum hábito, que jogue a primeira pedra!
Hábito de meditar então! Algo que até pouco tempo atrás estava muito distante da nossa cultura. Mas não é por acaso que a meditação está cada vez mais difundida, sendo utilizada por diversas pessoas e setores da sociedade, saindo das esferas místico religiosas para empresas, hospitais, terapias, repartições públicas, etc. As evidências e a percepção da necessidade da meditação em nossos tempos é um consenso crescente. Mas como inserir esse novo hábito ou desenvolver a habilidade de estar mais presente?

Hábito de Meditar

A mudança de comportamento e o desenvolvimento de novas habilidades será efetiva quando:

  • temos clareza e sinceridade da nossa intenção (o que queremos viver).
  • o nível de importância do que queremos viver é alto o bastante para se expressar no nosso engajamento às atividades e ações no nosso dia.
  • estamos abertos e dispostos a trabalhar forças traiçoeiras, ou seja , conteúdos de nós mesmos que geralmente jogamos para debaixo do tapete e faz a gente repetir, repetir, repetir da mesma forma sem que a gente se dê conta.

Em outras palavras, o hábito de meditar terá mais força para acontecer quando:

  • respondemos positivamente e com sinceridade à pergunta: “Eu de fato quero mudar?” (não é a personalidade ou a mente que responde, mas o seu íntimo mais puro).
  • sentirmos ou compreendermos com o corpo inteiro que meditar pode nos fortalecer para vivermos o nosso propósito e valores pessoais, que meditar pode nos fortalecer para deixarmos o legado que queremos construir em vida.

O Desafio de um hábito

Um desafio acontece quando escolhemos incluir uma nova atividade em nosso dia a dia. Reconhecemos inúmeras forças que agem para continuarmos vivendo somente o que estamos acostumados, é o nosso padrão automático. Para enfrentar esse desafio da mudança, sugerimos que os exercícios sejam realizados em dias consecutivos. Ou seja, é extremamente valiosa e facilitadora a continuidade da realização dos exercícios para facilitar a abertura dos novos caminhos que desejamos.Um exemplo disso é a popular teoria dos 21 dias como tempo necessário para mudar hábitos. Isso na verdade pode servir como uma técnica de entusiasmo e motivação, realize uma atividade nova por 21 dias seguidos (sem pular nenhum) e então, depois desse tempo, para manter realizando essa mesma atividade você precisará de muito menos esforço que nos primeiros dias.

Respondemos positivamente e com sinceridade à pergunta: “Eu de fato quero mudar?”

A prática do mindfulness na mudança de um hábito

Uma ideia é que se você deixar de realizar a nova atividade (ex. Prática de mindfulness) por um dia, você volte a começar a contagem do 0 (zero) novamente para completar o seu ciclo de 21 dias. Desde o dia 0, recomendamos que você relembre e renove as suas intenções para o seu engajamento consistente e continuado, alinhado com seus valores sinceros e o propósito.

Mindfulness não tem como intenção mudar objetivamente aquilo que você vive na sua vida, mas a ideia é você experimentar alguns exercícios regulares no seu cotidiano e ver o que acontece com você, nas sensações corpo-pensamentos-mente, coração-sentimentos, no seu olhar, suas escolhas, na sua sinceridade com você mesmo, seus princípios, na relação com as pessoas ao seu redor, ou com o que aconteça com a sua consciência de ser humano em relação com a vida.

 

Bem-vindos e bem-vindas ao desafio do hábito de meditar, se conhecer, viver melhor e construir o seu legado!


Por Marcio Sussumu Hirayama, em Fevereiro/2021.

Professor do Centro de Promoção de Mindfulness (CPM) e do Programa básico de Qi Gong e Alquimia Interna do Tao da Grande Tríade. Doutor em Ciências da Saúde (Unicamp) com Pós-doutorado (Saúde Coletiva-Unifesp) cujas pesquisas abordaram as Intervenções baseadas em Mindfulness. Professor em Cursos de especialização e Formação em Mindfulness (CPM; Mente Aberta-Unifesp; MBRP-Brasil), foi Research fellow do Centre for Mindfulness Research and Practice da Universidade de Bangor (Reino Unido) e do Center for Mindfulness and Compassion do CHA – Harvard Medical School teaching hospital (EUA). Dedica-se às práticas contemplativas desde 2001, é associado e conheceu Nazaré Uniluz em 2007 onde desde então já participou como voluntário, residente, focalizador do setor de cursos e membro do conselho diretor.

Compartilhe esse artigo

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram